Superbactéria que passa de cães para donos assusta cientistas

Superbactéria que passa de cães para donos assusta cientistas
Superbactéria que passa de cães para donos assusta cientistas (Foto: Helena Lopes/Unsplash)

Os cientistas estão preocupados com uma superbactéria resistente a remédios que é passada por cães para seus donos, de acordo com o The Telegraph.

Veja também:

+ As fezes do seu gato podem transmitir toxoplasmose, doença perigosa para ele e para você
+ Cães e gatos podem pegar Covid de seus donos, indica estudo
+ 12 sinais de que o seu cão está com problemas de pele

O gene mcr-1 foi relatado pela primeira vez na China em 2015 e é resistente à colistina, um antibiótico usado para derrotar infecções bacterianas que outras drogas não conseguem combater. Os especialistas alertam há anos que o uso excessivo de colistina, especialmente em animais produtores de carne, cria o risco de surgirem genes mutantes que podem tornar o remédio inútil.

Agora, um estudo descobriu que o gene mcr-1 está sendo passado de cães para humanos. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Lisboa recolheu amostras fecais de 126 pessoas saudáveis ​​que viviam com 102 cães e gatos em 80 agregados familiares durante dois anos até fevereiro de 2020.

Oito dos cães e quatro dos humanos apresentaram bactérias, incluindo o mcr-1. Em duas das famílias onde os cães tiveram infecções de tecido, o gene mcr-1 foi encontrado tanto no cão quanto no dono. A análise sugere que o gene foi passado dos cães para os donos. No entanto, é possível que as pessoas transmitam o gene aos seus cães.

Os cientistas acreditam que o gene mcr-1 está sendo transmitido por meio de humanos que compartilham a cama com seu cachorro. O gene vive no intestino e é movido por meio de partículas microscópicas de fezes. Isso significa que as camas dos cães também são um lugar onde os humanos podem pegar o gene.

O estudo foi apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas neste fim de semana. “Se bactérias resistentes a todas as drogas adquirirem esse gene de resistência, elas se tornarão intratáveis, e esse é um cenário que devemos evitar a todo custo”, disse a Dra. Juliana Menezes, que liderou a pesquisa.

“Sabemos que o uso excessivo de antibióticos aumenta a resistência e é vital que sejam usados ​​com responsabilidade, não apenas na medicina, mas também na medicina veterinária e na agricultura”, acrescentou ela.

As previsões sugerem que as drogas que não funcionam mais podem matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050, a menos que uma ação seja tomada.

Back to top