Seu gato mudou de comportamento depois de idoso? Ele pode estar doente

Seu gato mudou de comportamento depois de idoso? Ele pode estar doente
Seu gato mudou de comportamento depois de idoso? Ele pode estar doente (Foto: Louis Droege/Unsplash)

Assim como a medicina humana, a veterinária também se desenvolve a passos largos. O que é muito bom, pois a população de pets só aumenta. As pesquisas e a criação de novas tecnologias permitem que os animais vivam mais tempo, o que tem tornado comum o aparecimento de doenças relacionadas à idade avançada.

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De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018, dos 139,3 milhões de bichos de estimação no País, 23,9 milhões são de gatos. Segundo a Dra. Daniela Formaggio, especializada em felinos do Hospital Veterinário Taquaral, entre as doenças que mais atingem os gatos idosos está a osteoartrite ou artrose, que é um processo patológico no qual ocorre deterioração de forma lenta e progressiva das articulações.

“Estima-se que cerca de 90% dos gatos acima de 12 anos sejam acometidos por essa doença”, frisa a médica veterinária.

Outro fator de risco para o desenvolvimento desse problema, além da idade, é a genética. Dra. Daniela destaca que é frequente em raças como Maine Coon, Birmanês, Scottish ou Abissínio. “O sobrepeso, apesar de não ser considerado um agente desencadeador, é um agravante da doença”, frisa Dra. Daniela.

A veterinária explica que como o gato não costuma apresentar comprometimento da capacidade de caminhar, a família pode demorar a reconhecer que o pet sente dor.

No entanto, a especialista sugere observar alguns sinais que podem indicar a presença da osteoartrite:

  • alteração de comportamento como irritabilidade, depressão e/ou letargia;
  • diminuição ou perda do apetite;
  • rigidez nas articulações;
  • diminuição das atividades como, por exemplo, subir ou descer dos móveis;
  • redução da interação com a família;
  • perda da massa muscular;
  • diminuição do “grooming”, que é a autolimpeza da superfície corpórea,
  • urina e fezes fora da caixa de areia.

“É comum aos tutores associarem alguns desses indícios ao envelhecimento do animal. Mas a dor presente na osteoartrose tem solução. Deve ser tratada de forma contínua e individualizada para cada estágio da doença, o que garante qualidade de vida ao animal”, assegura a médica veterinária.

Segundo Dra. Daniela, as articulações mais afetadas são as do quadril e cotovelo e, na maioria dos gatos, há mais de uma articulação envolvida.

Como diagnosticar?
Dra. Daniela Formaggio, especializada em felinos, examinando um gatinho (Foto: Matheus Campos/Divulgação)

O diagnóstico é feito pelo médico veterinário através de um minucioso exame ortopédico, exame físico e por exames de imagem, como a radiografia.

Tratamento

O tratamento engloba medicamentos, manejo ambiental, fisioterapia e nutrição e, conforme a Dra. Daniela, geralmente é indicado mais de uma modalidade de terapia. “O médico veterinário é que vai decidir o melhor protocolo, levando em consideração a gravidade da doença e as particularidades de cada paciente”, observa.

A veterinária ressalta que, como a maioria dos animais idosos apresenta outras comorbidades, como por exemplo, doença renal crônica, os anti-inflamatórios e analgésicos devem ser prescritos após uma avaliação clínica completa.

Dicas da veterinária

Outra ação para promover a melhora da qualidade de vida do gato está nas adaptações que podem ser feitas no ambiente em que ele circula dentro de casa.

Medidas como a distribuição de várias tigelas de comida e água em locais distintos e colocadas um pouco acima do chão, colocação de rampas ou bancos para facilitar o acesso aos móveis e janelas, exercícios físicos e mentais, camas e colchões acolchoados, arranhadores posicionados na horizontal e caixas sanitárias com um dos lados mais baixos para facilitar o acesso do gato, estão entre as iniciativas que permitem que o gatinho viva de maneira mais confortável.

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