Se você quer que seu cachorro seja feliz, deixe ele farejar o quanto quiser durante os passeios, afirmaram especialistas em comportamento canino.
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As caminhadas são muitas vezes percebidas pelos donos como sendo apenas para exercícios e para manter um cão fisicamente em forma, mas elas também desempenham um papel vital na estimulação mental.
Em uma palestra sobre como se adaptar à vida com um cão idoso no Congresso BSAVA 2023, realizado na semana passada no Reino Unido, os especialistas falaram sobre o valor de garantir que um cão ainda esteja satisfeito, ativo e estimulado mesmo quando seu corpo desacelera ou desenvolve problemas de saúde relacionados à idade, como osteoartrite.
“Acho que você tem que fazer uma mudança mental quando tem um cachorro com osteoartrite. Em vez de você e seu companheiro saírem para um passeio realmente agradável onde quer que você queira, deve haver alguns passeios que sejam para o cachorro”, explicou Zoe Belshaw, uma veterinária que trabalha no projeto BSAVA Old Age Pets.
“À medida que a maioria dos cães envelhece, eles se tornam cada vez mais motivados a cheirar, independentemente de ser ou não o que queriam fazer antes. Acho que é uma parte extremamente importante da qualidade de vida deles, ser capaz de cheirar. Os cães [mais velhos] não precisam andar durante os dez minutos inteiros de uma caminhada.”
“Se você tem dez minutos e eles percorrem dez metros, mas passam nove minutos e meio farejando um poste, para aquele cachorro que provavelmente é muito melhor do que você tentar arrastá-lo em uma caminhada circular ao redor do quarteirão”, acrescentou ela.
Segundo ela, farejar é muito importante e os donos devem permitir que seus cães tenham esses momentos durante os passeios. “Você só precisa reformular qual é o objetivo dessa caminhada para não ficar furioso com o fato de estar parado ao lado de um poste de luz por nove minutos e meio.”
“Os veterinários devem dizer aos [donos] para pegar um podcast ou fazer algo que faça o tempo passar para que não seja frustrante para eles, porque você vê tantos cães sendo puxados porque o dono pensa que o passeio é para o cachorro e ele precisa movimento, ou porque eles próprios estão fartos de cheirar”, completou a especialista.
Para cães que sofrem declínio cognitivo ou perda de visão ou audição, usar o olfato é fundamental. Por exemplo, esconder comida em vários lugares da casa para desafiar o cão a extraí-la como uma forma de treinamento cerebral pode não apenas ser divertido para o cão, mas também ajudar a manter sua mente ativa.
Na palestra, Belshaw ainda contou sobre a experiência de cuidar de seu próprio cachorro idoso. “Eu costumava colocar comida em uma caixa de cereal e ele rasgou a caixa antes de pegar a comida. Literalmente, apenas encontrando maneiras de estimular seu cérebro porque não podíamos fazer aquelas longas caminhadas.”