É possível, em diferentes situações, notar mudanças no comportamento dos pets. Um destes momentos, é a reação, principalmente de cães, durante a temporada de chuvas. Muitos deles têm medo e apresentam sinais físicos, aos quais os tutores devem ficar atentos.
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“Existe uma associação dos primeiros sinais de chuva com o sentimento de medo, do ponto de vista neurológico. Logo que ocorrem, disparam todas as alterações fisiológicas como mudança de pressão, alteração de frequência cardíaca e respiratória, hiper salivação, tremores, dilatação de pupila, liberação de hormônios e neurotransmissores de estresse. Essas são respostas de luta/fuga que preparam o animal para responder ao que consideram como um possível perigo, que coloca sua vida em risco”, explica o veterinário comportamentalista da Pet Anjo, empresa da Cobasi, Daniel Svevo.
Por vezes, os cães começam a apresentar os sinais antes mesmo que comece a precipitação, como se pudessem sentir antecipadamente que a chuva está chegando. De acordo com o especialista, eles realmente, conseguem perceber alterações ambientais como mudanças de luminosidade, pressão atmosférica, alteração de umidade do ar, mudança de ventos, entre outras. Por isso, já alteram também o seu comportamento.
A audição mais apurada dos cães também é um fator que os colocam em estado de alerta, segundo Daniel. “Eles conseguem identificar frequências sonoras que nós humanos não conseguimos, e esta capacidade pode influenciar na causa do medo. De qualquer forma, instintivamente, os animais interpretam barulhos fortes como uma possibilidade de perigo. Quando não são acostumados com determinados barulhos durante seu período de socialização, podem reagir com medo quando expostos a esses sons”.
E o que devemos fazer ao percebemos os sinais mais comuns que estão incomodados, como ficarem ofegantes, com o coração disparado, tremendo ou, então, procurando os tutores, ou tentando se esconder ou fugir do local onde estão? De acordo com o especialista, “é importante que o tutor mantenha a calma, para não passar a mensagem de que realmente está ocorrendo algo perigoso no momento. Então pode dar atenção ao pet quando ele o procura, mas passando uma energia equilibrada de acolhimento. Em casos de um medo maior pode direcionar o pet para um abrigo, como debaixo de uma cama, sofá, dentro de um armário, toquinha ou qualquer local que ele se sinta protegido, isso dará uma segurança maior para ele passar por este momento”.
E para o cão não sentir este medo, ele recomenda associar os barulhos com um momento agradável, como de alimentação ou brincadeira. “Assim que percebemos que o cão se assustou, podemos tentar reverter o susto com este tipo de atividade. Quando temos um pet novo em nossa casa e começa a chover, já podemos nos preparar para conseguir agir na hora certa”, diz.
É possível, ainda, usar calmantes em casos extremos, porém o especialista alerta que os medicamentos devem ser usados de forma pontual. Segundo ele, esses não resolvem o medo do animal, que é o que deve ser combatido. “É preciso realizar um treino de dessensibilização e contra condicionamento ou com a criação de um local onde eles se sintam mais seguros e protegidos. A medicação é muito importante, mas dentro deste conjunto (treino + medicamento)”.
Além dos cães, gatos, porquinhos da índia e coelhos podem também ter medo de chuva.