De acordo com um novo estudo, mais da metade dos cães que são levados a clínicas veterinárias com forte insolação, acabam morrendo. No entanto, os pesquisadores dizem que os riscos para os animais são muito menores se os casos forem detectados e gerenciados mais cedo.
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Eles estão pedindo aos proprietários que sejam mais vigilantes ao observar os primeiros sinais clínicos mais suaves de insolação, para que ações possam ser tomadas antes que a condição de seu animal de estimação piore e se torne potencialmente fatal, especialmente com a aproximação dos meses mais quentes.
Os pesquisadores veterinários da Universidade de Nottingham Trent e do Royal Veterinary College examinaram registros clínicos anônimos de mais de 900 mil cães do Reino Unido. Eles descobriram que as alterações respiratórias e a letargia são os dois primeiros sinais mais comuns de insolação.
Segundo eles, a insolação está se tornando um problema cada vez maior para os cães, especialmente por conta do aumento das temperaturas globais, e espera-se que os casos se tornem mais comuns.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports e identificou 856 incidentes relacionados ao calor que exigiram cuidados veterinários ao longo de um período de dois anos. Este é o maior estudo realizado sobre insolação no Reino Unido.
A pesquisa revelou que 111 (14%) casos foram classificados como graves, com uma gama de sinais clínicos graves, como convulsões, vômitos e perda de consciência. Desses casos graves, 63 (57%) morreram dessa condição. Uma vez que os cães perdem a consciência nesse estágio grave, eles têm 37 vezes mais chances de morrer, descobriram os pesquisadores.
Cães com formas iniciais e mais leves de insolação geralmente mostraram alterações respiratórias (69% dos casos leves), como respiração difícil e letargia (48% dos casos leves), onde os cães exibiam cansaço ou alterações no comportamento, como não querer fazer exercícios.
O estudo descobriu, também, que quase todos (98%) os animais que se apresentaram para cuidados veterinários com sinais precoces sobreviveram.
“A insolação é uma condição potencialmente fatal infligida a cães e deve se tornar ainda mais comum à medida que as temperaturas continuam a subir. Se o cão não for resfriado rapidamente ou tratado por um veterinário, sua condição pode piorar rapidamente”, explicou Emily Hall, da Universidade de Nottingham Trent.
“É de vital importância que os donos saibam que devem agir quando seus cães apresentarem esses sinais mais leves, a fim de evitar a progressão para insolação. Uma vez que os cães chegam a esse estágio severo, é realmente difícil saber se eles vão sobreviver”, acrescentou ela. “Esperamos que a ferramenta de classificação seja útil para os cirurgiões veterinários, pois nunca houve uma definição clara para cães como este.”
Os pesquisadores salientam que, na suspeita de um caso de insolação, os donos devem entrar em contato com o veterinário, dar uma bebida ao cão ou resfriá-lo com água, trazê-lo para dentro e interromper o exercício.