O solstício de inverno só acontece no dia 21 de junho, porém, a aproximação da estação mais fria do ano já é sentida na pele. Se a temperatura começa a diminuir nos termômetros, a atenção dos tutores precisa aumentar para garantir o bem-estar e a saúde dos pets. Banhos e o uso de roupinhas são dois importantes aspectos que, se praticados de maneira incorreta, podem prejudicar – e muito – o conforto do cão.
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“O risco de hipotermia (baixa temperatura corporal) existe para todos os cães. Porém, alguns animais podem sofrer ainda mais, como os cachorros magrinhos, os idosos e aqueles muito pequenos”, revela Natália Espinosa, groomer internacional e diretora da Uau Escola de Estética Animal, em Sorocaba (SP). “É preciso ter um cuidado extra na hora de dar banho nesses animais, principalmente em relação à climatização do ambiente, temperatura correta da água e o tempo curto do procedimento.”
Banho no inverno: todo mundo sofre
Admita, nem sempre é fácil encarar o chuveiro nos dias mais frios, porém, isso não é desculpa para cancelar a prática. Com os cães, a regra é a mesma. Para garantir a higienização, o ideal é que a frequência de banhos seja mantida a mesma do verão. Porém, nessa época, contar com o serviço do petshop é ainda mais importante.
“No estabelecimento profissional, já existe o cuidado para garantir a temperatura ambiente ideal. Além disso, o banhista tem experiência e consegue fazer com que o banho seja bem mais rápido. Na hora de secar, o equipamento também garante maior agilidade e melhor resultado”, salienta Natália. “Se possível, os tutores devem dar preferência para os banhos nos petshops, que serão muito mais seguros nesta época do ano”.
Ao tentar dar banho em casa, muitos tutores aumentam a temperatura da água na tentativa de garantir o conforto do pet. Porém, assim como nos humanos, a água quente pode causar um ressecamento excessivo da pele do cão e proporcionar um efeito rebote, ou seja, o organismo tenta compensar a falta de hidratação aumentando a oleosidade, diminuindo a durabilidade do banho.
Uso das roupinhas depende da pelagem
Uma outra alternativa muito popular para combater os ventos do inverno é o uso de roupinhas apropriadas. Muito além de uma tendência de moda, as roupas realmente ajudam nesse quesito, porém, é preciso levar em consideração a pelagem do animal.
“Se a pessoa gosta de usar roupa no cachorro, ela precisa manter alguns tipos de tosa: ou tosas na máquina, seja verão alto ou verão baixo, ou tosa asiática. Ou seja, o cachorro tem que ter pelo curto”, revela a groomer. “Quando o tamanho da pelagem supera dois ou três centímetros, o uso não é mais recomendado. Nesses casos, a roupa acaba abafando o pelo e começa a formar um bolo de nós tão complicado que, na hora em que você tira, o cachorro está inteiro embolado. Às vezes, é possível salvar essa pelagem, mas em muitos casos não. Isso também pode ocorrer quando são utilizadas roupas cirúrgicas”.
Quando o cão tem uma pelagem de comprimento acima de três centímetros, até é possível utilizar, em alguns casos, roupinhas. Mas o recomendado é que o tutor a tire todos os dias para escovar os pelos e evitar embaraços. Um aliado nesse quesito é o tosador ensinar como o tutor deve escovar o cão em casa, além de fazer o tratamento de hidratação quinzenalmente no petshop, que dificulta a formação de nós. Hoje, existem produtos terapêuticos que ajudam a criar uma película protetora (barreira) para manter a hidratação do fio e até da pele.
Tutores de cães de pelagem longa, como Shih-tzu e Yorkshire Terrier, Spitz e que gostam dos fios mais compridos, precisam passar longe das roupinhas. Mas não pense que isso pode prejudicar o conforto do seu pet nos dias mais frios. “Na verdade, o pelo desempenha um excelente papel de isolante térmico, ajudando o cão a manter a temperatura corporal”, finaliza a groomer.
O ideal é que este inverno não seja tão rigoroso, porém, se as temperaturas baixarem nos próximos dias, basta seguir essas orientações para garantir o conforto e o bem-estar do seu melhor amigo. Afinal, de gelado, só o focinho.