Um dos grandes desafios da posse de cães é o fato de que os animais não conseguem se comunicar com seus donos para avisá-los que estão com dor. No entanto, de acordo com um novo estudo, eles demonstram seus sentimentos por meio da linguagem corporal.
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A pesquisa recente, conduzida por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Ancara, na Turquia, esclareceu como os cães expressam sua dor, dando a seus donos um “sexto sentido” para entender melhor as necessidades de seus animais de estimação.
A identificação precoce da dor pode melhorar a qualidade de vida de um cão, reduzir os encargos financeiros associados ao atraso no tratamento e proteger o bem-estar dos cães e de seus cuidadores, de acordo com os cientistas.
Os especialistas entrevistaram 124 donos de cães, perguntando sobre suas percepções sobre a dor de seus cães e quaisquer comportamentos associados. Dos 35 indicadores comportamentais examinados, 13 foram significativamente mais prevalentes em cães com dor crônica.
Além disso, posições específicas, como abaixar o rabo e as orelhas ao pular para subir em algum móvel ou para descer dele, foram mais comumente observadas em cães que sofrem de dor.
Os autores do estudo destacaram a importância de reconhecer comportamentos relacionados à dor em cães, sugerindo que “escalas simples de dor que podem ser preenchidas pelos donos e incluem parâmetros básicos como comportamentos baseados em movimentos e posições da cauda e da orelha em contextos diários podem ser desenvolvidas para avaliar a dor crônica em cães”.
De acordo com o estudo, os proprietários de cães com dor relataram atividade geral reduzida e lambidas excessivas de partes do corpo em 70,3% e 64% dos casos, respectivamente. Comportamentos sociais diminuídos, como abanar o rabo e atrasos em receber os donos na porta, também foram observados em cães com dor.
O estudo também revelou que certos comportamentos eram mais comuns em cães idosos, enquanto outros eram mais prevalentes em cães adultos jovens e adultos maduros.
Em particular, os cães adultos jovens exibiram as maiores mudanças comportamentais, possivelmente porque as dificuldades são altamente inesperadas nessa idade. Apenas quatro alterações comportamentais foram consideradas mais significativas em cães idosos com dor crônica.
Diferenças significativas nas posições das orelhas e da cauda durante atividades específicas também foram observadas entre os cães com e sem dor. “As posições das orelhas e da cauda podem dar pistas para prever emoções e como dor, estresse e medo que o cão experimenta”, escreveram os autores.
Além disso, cães com dor tendem a abaixar completamente ou parcialmente as orelhas durante atividades como levantar-se, subir ou descer escadas e pular para cima ou para baixo de móveis.
Em contraste, os cães sem dor mantiveram posições de ouvido neutras durante essas atividades. Da mesma forma, os cães com dor eram mais propensos a apontar o rabo para baixo durante essas atividades, enquanto os cães saudáveis mantinham o rabo relaxado ou para cima.
Esta pesquisa inovadora é a primeira a demonstrar que os proprietários podem reconhecer mudanças comportamentais relacionadas à dor em seus cães.
As descobertas do estudo podem ser usadas para desenvolver uma escala de dor crônica para cães, com foco em indicadores comportamentais que podem ser facilmente compreendidos e usados pelos donos para ajudar seus amigos peludos.