De acordo com um estudo recente, os passeios diários que você faz com seu cachorro podem reduzir significativamente o risco de demência para ele e para você.
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A pesquisa, publicada na Scientific Reports como parte do projeto Dog Aging Project, analisou mais de 15 mil cães e, de acordo com os autores, além da idade, um dos maiores fatores de risco para demência canina foi a falta de exercício.
“As evidências são claras: ser ativo é melhor para sua saúde de várias maneiras do que ser inativo. Isso também será verdade para o seu cão”, afirmou Matt Kaeberlein, coautor do estudo e codiretor do Dog Aging Project da Universidade de Washington, em Seattle, em entrevista ao TODAY.com.
“Uma lição muito simples é: leve seu cachorro para passear mais… seria bom para você e seu cachorro. Este [estudo] apenas apoia ainda mais o papel extremamente importante que o exercício e a atividade desempenham em um estilo de vida saudável, tanto em cães quanto em humanos.”
O estudo envolveu uma amostra nacional de 15.019 cães de companhia inscritos no projeto. Seus donos forneceram informações sobre idade, sexo, raça, nível de atividade e estado de saúde de seus cães.
Eles também preencheram uma pesquisa sobre o comportamento de seus cães, projetada para detectar demência. Por exemplo, eles relataram se seu animal de estimação estava andando de um lado para o outro, batendo nas paredes ou não reconhecendo pessoas familiares.
Outros sintomas comuns incluem distanciamento emocional da família, onde o cão passa muito tempo sozinho, e se perde dentro de casa, explicou Kaeberlein.
“Eles vão ficar presos em um canto. Eles vão apenas olhar. O que vai parecer para os donos é que o cachorro está apenas olhando para a parede. Às vezes, eles ficam presos nos móveis. Esse é um sinal muito comum de demência, especialmente em cães menores”, acrescentou ele.
Quando os pesquisadores analisaram os dados, descobriram que 1,4% dos cães no estudo foram classificados como tendo disfunção cognitiva canina: a versão canina da demência.
As chances da condição aumentaram 52% a cada ano adicional de idade de um cão, relataram os pesquisadores. O aumento da idade também é o maior fator de risco conhecido para a doença de Alzheimer e outras demências em humanos, de acordo com a Associação de Alzheimer.
Entre cães da mesma idade, estado de saúde, tipo de raça e estado de castração, as chances de demência eram seis vezes maiores em cães que não eram ativos em comparação com aqueles que eram muito ativos, segundo o estudo.
“Isso é muito semelhante ao que vemos em humanos, onde há evidências muito, muito boas de que a atividade e o exercício protegem a demência e outras doenças relacionadas à idade”, explicou Kaeberlein, que também é diretor do Instituto de Pesquisa sobre Envelhecimento Saudável e Longevidade da Universidade de Washington.
O exercício provavelmente está impactando positivamente a biologia do envelhecimento, acrescenta. Pode reduzir a inflamação e aumentar a plasticidade no cérebro, observou o estudo. Cães muito ativos também têm menos probabilidade de serem obesos, o que também pode afetar o risco de demência, segundo Kaeberlein.
Projeto do envelhecimento canino
O Dog Aging Project busca entender como os genes, o estilo de vida e o ambiente influenciam o envelhecimento, tanto para animais de estimação quanto para pessoas, com o objetivo de prolongar seus anos saudáveis.
Ao contrário de camundongos, ratos ou outros animais, os cães de companhia são objetos de estudo especialmente bons para isso porque vivem com humanos, então compartilham praticamente todos os aspectos do nosso ambiente, segundo Kaeberlein.
Eles também envelhecem muito rapidamente em comparação com as pessoas (cerca de sete vezes mais rápido), o que significa que os pesquisadores podem estudar seus estágios de vida em um período de tempo muito mais curto do que as vidas humanas.