Enquanto todos procuram um gatinho saudável e perfeito para adotar, essa mulher abriu seu coração e sua casa para felinos mais velhos, doentes e com deficiência, que poderiam ter sido deixados de lado, rejeitados e passando meses sozinhos em abrigos.
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Michele Hoffman, de Santa Bárbara, é dona do Milo’s Sanctuary (Santuário do Milo), um abrigo para gatos com doenças terminais ou com deficiência. O santuário abriga até 75 gatos de cada vez, com novos residentes vindos de todo o mundo.
Michele explicou que administra o abrigo com base na bondade de seu próprio coração. “Quando eu comecei, não existiam ‘gatos com necessidades especiais’, eles eram simplesmente gatos que indesejados devido a defeitos de nascença, doenças terminais, lesões ou velhice. Decidi mudar isso e comecei o Milo’s Sanctuary para ajudá-los a ter um lugar seguro e amoroso para eles passarem o resto de seus dias.”
“Infelizmente, alguns gatos ficam conosco por um curto período, mas damos a eles o melhor de tudo: boa comida, cuidados médicos, camas macias, sol quente e muito amor”, ressaltou ela. “Acreditamos na qualidade e não na quantidade, então, quando não há mais nada a fazer e sua qualidade de vida começa a diminuir, nós os seguramos em nossos braços e nos despedimos com um beijo. Ninguém deve deixar este mundo sentindo que não é amado, não fará falta e não será importante.”
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Um dos residentes, Biscuit Butterpaws, de seis anos, foi resgatado do México depois que alguém o espancou com um porrete, que quebrou a mandíbula e rompeu ambos os olhos, levando à cegueira. O pobre gato teve que ter ambos os olhos removidos, mas apesar de sua experiência horrível, ainda é o “mais doce” e “mais gentil” dos gatos, segundo Michele.
Enquanto isso, Daisy, de 11 anos, foi resgatada de um colecionador que tinha mais de 200 cães e gatos em uma pequena casa. Chloe Nightmist, de oito anos, foi encontrada presa em uma colônia selvagem em Los Angeles. Ela tinha uma infecção fúngica que corroeu parte de seu nariz.
Fennel Springsong, também de oito anos, tem um nariz fendido, uma leve fenda palatina e hipoplasia cerebelar leve e foi despejada em um abrigo por sua família. E Jack Bubblewink, de seis anos, foi atropelado por um carro no Egito e arrastado ao longo da estrada, resultando em grandes danos ao maxilar inferior, arrancando toda a pele e músculos do osso.
Herman, de 11 anos, tem hipoplasia cerebelar severa que o impede de andar. Ele foi deixado em um resgate em Denver porque as pessoas que o pegaram não queriam lidar com suas doenças. E, finalmente, Tessa Tumblespice, que tem apenas seis meses de idade e nasceu cega com deformidades faciais devido a um defeito de nascença.
Infelizmente, embora os gatos recebam cuidados veterinários para tratar ferimentos e doenças, nem todos sobrevivem. Um gato que fica na mente de Michele é Tommy, que foi encontrado vagando pelo deserto na Califórnia com queimaduras graves, resultado de alguém ter derramado ácido na cabeça do felino.
Ele foi resgatado em junho de 2016, mas morreu três anos depois de vírus da imunodeficiência felina (FIV). “Ele foi encontrado vagando no alto deserto e veio até nós logo depois. Tommy era o gato mais gentil do mundo. Ele amava a todos e ensinou a muitos sobre perdão e amor”, relembrou Michele.
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Quando os gatos são trazidos para o Santuário, eles são isolados por 14 dias e monitorados por veterinários para verificar se há doenças, problemas de comportamento ou problemas para comer e ir ao banheiro.
O Santuário de Milo aceita apenas um número limitado de felinos com base em suas condições individuais e se eles requerem tratamento médico contínuo, a fim de garantir que cada gato receba os cuidados que merece.
Alguns serão enviados para adoção, enquanto outros precisarão passar seus últimos dias no abrigo. “Conhecemos nossos limites em termos de espaço e capacidade financeira. Avaliamos cada gato antes de aceitá-los por problemas contínuos, tanto médicos quanto comportamentais”, explicou ela.
Ela espera que seu trabalho inspire as pessoas a dar uma chance a gatos doentes e idosos. “Gatos com necessidades especiais são frequentemente mal compreendidos e esquecidos. Eles não sabem que têm necessidades especiais, esse é um rótulo que colocamos neles, eles só sabem que são gatos”, salientou Michele.
“Alguns requerem um pouco mais de cuidado, paciência e amor, mas ainda são gatos e merecem um lugar amoroso e seguro para chamar de lar”, acrescentou ela. “Gatos com necessidades especiais me ensinaram a nunca desistir, a aprender a amar, perdoar e aceitar aqueles ao seu redor pelo que eles são, não por fora, mas por dentro.”