Uma verdade que todos os donos sabem: os cães sonham. Muitos já observaram deus melhores amigos se contraindo, fazendo movimentos de natação e até vocalizando durante o sono.
Na maioria dos casos, isso não representa um problema, mas alguns cães, no entanto, apresentam distúrbios e exibem comportamentos extremos durante o sono profundo – como rosnar, gritar como se sentisse dor e até exibir comportamento agressivo.
- Estudo: para o sono da mulher, é melhor dormir com cão do que com homem
- Conselhos de medicina veterinária promovem cruzada contra consultas online
Os behavioristas e neurologistas veterinários acreditam que esses cães sofrem de um verdadeiro distúrbio do sono que ocorre durante o sono REM (sigla em inglês para “rápido movimento dos olhos, momento dos sonhos mais profundos).
A maioria das pessoas que observa esses terríveis distúrbios do sono naturalmente pensa que seu cão está tendo um pesadelo, um terror noturno ou até uma convulsão.
Se esses episódios ocorrerem apenas durante o sono, se você normalmente acorda o cão com comandos de voz e se o animalzinho é neurologicamente normal durante o horário de vigília, isso não é um distúrbio convulsivo.
Os veterinários não os classificam como pesadelos ou convulsões, mas como um distúrbio do sono REM.
Sinais de anormalidades
Enquanto dormem, cães com esse tipo de distúrbio podem:
– Gritar como se sentisse dor intensa
– Exibir episódios de movimentos violentos dos membros inferiores
– Correr por toda a casa
– Uivar, latir, rosnar ou mastigar
– Exibir comportamento de mordida para si ou para outras pessoas
– Perseguir ou “prender” humanos ou outros animais
A intensidade e a frequência dos episódios variam muito de cão para cachorro.
O que fazer
Se você observar um comportamento assustador em seu cão durante o sono, veja a lista de medidas a tomar:
1 – Tente acordar o cachorro com sua voz. Não toque nem sacuda o cachorro. Você pode ser mordido.
2 – Faça um vídeo do distúrbio do sono para mostrar ao seu veterinário.
3 – Se esses episódios são particularmente violentos, uma caixa ou cercadinho devem ser considerados como uma salvaguarda temporária.
4 – Fique atento ao comportamento do seu cão enquanto dorme e acordado.
5 – Faça vídeos de qualquer coisa que você acha fora do comum.
6 – Marque uma consulta com seu veterinário para discutir o problema, mostrar os vídeos e descartar quaisquer problemas médicos que possam explicar o comportamento.
7 – Esteja preparado para consultar especialistas em neurologia, caso o seu veterinário recomente.
O que a ciência já sabe
Os distúrbios do sono REM ocorrem em pessoas e foram extensivamente estudados. É um distúrbio mais difícil de estudar em cães, mas algumas pesquisas foram realizadas.
A grande diferença entre pessoas e cães é que as pessoas frequentemente desenvolvem essa síndrome à medida que envelhecem. Mas, em cães, o distúrbio do sono REM geralmente ocorre em animais jovens, o que pode ser muito preocupante para as pessoas que cuidam desses filhotes.
Em um dos poucos estudos realizados, 64% dos cães com distúrbios do sono tinham 1 ano de idade ou menos.
As causas exatas dos distúrbios do comportamento do sono REM são desconhecidas. Em humanos, os distúrbios geralmente ocorrem mais tarde na vida e podem preceder doenças neurológicas degenerativas, como o Parkinson.
Estudos sugerem que as possíveis causas de distúrbios do sono podem ser essas abaixo.
– Congênita: Em outras palavras, o filhote nasceu com ele.
– Neoplásico: câncer que afeta o cérebro ou o sistema neurológico.
– Infeccioso: uma infecção cerebral primária ou qualquer infecção no corpo que atravessa a “barreira hematoencefálica” e infecta o cérebro. Isso pode ser bacteriano, viral ou fúngico.
– Degenerativo: significa um distúrbio que leva à diminuição da função cerebral, como a doença de Parkinson nas pessoas. Demência e senilidade também estariam nessa categoria.
– Idiopático: significa que não é rastreável até uma causa direta.
– Vascular: uma interrupção no fluxo sanguíneo normal para o cérebro, semelhante a um acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório em pessoas.
– Traumático: traumatismo craniano, por exemplo.