Um estudo de 2022 revelou que, ao contrário dos cães, que são sedentos pelo amor e carinho das pessoas que os amam, muitos gatos preferem evitar pessoas que são muito apaixonadas por eles, pelo menos no início.
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A pesquisa, publicada na revista Nature, descobriu que pessoas que viviam com gatos e afirmavam ter um maior conhecimento sobre gatos tendiam a interagir com gatos desconhecidos de maneiras que os gatos consideravam menos desejáveis do que pessoas que tinham pouca ou nenhuma experiência anterior com felinos.
Os autores do estudo chegaram a esta conclusão após um experimento envolvendo 119 voluntários humanos e uma variedade de gatos adultos castrados e de raça não pura. Cada gato foi colocado num recinto que lhe dava acesso a todas as suas necessidades básicas, incluindo um lugar para se esconder.
Também foi colocada uma cadeira no recinto, perto da entrada e longe dos apetrechos do gato. Os participantes humanos foram instruídos a entrar no recinto, sentar-se na cadeira e interagir com os gatos como fariam normalmente, mas não a pegá-los.
O gato foi então capaz de evitar ou recuar da interação humana, se assim o desejasse. Cada interação durou cinco minutos e foi filmada. Cada pessoa repetiu então a experiência com mais dois gatos em dois recintos adicionais.
Segundo os pesquisadores, os gatos responderam melhor a pessoas passivas, mas responsivas, e tocavam-nas minimamente, aderindo às “zonas verdes”, que, de acordo com especialistas, são a base das orelhas, bochechas e parte inferior do queixo.
Essas pessoas tendiam a evitar as “zonas vermelhas”, que incluem a barriga e a base do rabo, onde a maioria dos gatos odeia ser tocado. Eles também ficaram longe das “zonas amarelas”, que são as costas, laterais do corpo e pernas.
As pessoas que se comportavam dessa maneira tendiam a ser aquelas com menos experiência com gatos e menos conhecimento autoproclamado sobre gatos. “Existem alguns motivos pelos quais posso ver que isso é verdade”, disse a especialista em comportamento felino Dra. Marci Koski, que não esteve envolvida no estudo, ao site The Wildest.
“Em primeiro lugar, as pessoas que realmente gostam de gatos tendem a se dirigir a um gato – encará-lo, olhar diretamente para ele, abordá-lo – e os gatos tendem a dizer: ‘Ei, ei, ei! Isso é demais de uma vez’. Os gatos fazem amigos de maneira diferente.”
Segundo ela, até mesmo o ato de olhar atentamente para um gato pode assustá-lo. “O olhar direto é o primeiro passo na sequência da presa e pode ser potencialmente uma indicação de que aquilo que você está olhando está prestes a ser caçado”, explicou.
Ela também ressaltou que as pessoas parecem maiores e, portanto, mais ameaçadoras, quando vistas de frente. Por esse motivo, em uma sala cheia de gente nova, um gato muitas vezes se sentirá mais atraído pela pessoa que presta menos atenção nele, de quem ele pode se aproximar quando estiver pronto.