CEO do Grupo Brasil Pet se inspirou em dois momentos decisivos de sua vida para criar um ecossistema completo, que busca profissionalizar o setor em que atua
Do mais celebrado empreendedor àquele que acaba de lançar sua grande ideia no mercado, todos têm na ponta da língua qual foi o momento que definiu o rumo de sua carreira. Para Rodrigo Albuquerque, CEO do Grupo Brasil Pet, foram dois os episódios que formaram o que, hoje, é seu estilo de encarar a vida e de fazer negócios.
Aos 23 anos, ele abriu sua primeira empresa, a boutique de investimentos Brava, com a ajuda de um empréstimo (com incidência de juros) concedido pelo pai. “Embora isso tenha naturalmente facilitado um pouco esse começo, a trajetória na Brava me mostrou na prática o que sempre ouvi em casa: que o dinheiro não vem fácil, e é preciso dar valor a ele”, diz o empresário, hoje com 34 anos.
À frente da Brava, ele cometeu erros, gastou mais do que deveria e teve que demitir praticamente todos os profissionais que havia contratado. “Eu tinha um pensamento muito de curto prazo, o que é ruim para a estruturação de um negócio. Não entendia que as pessoas precisam estar no centro de qualquer estratégia.”
A experiência negativa lhe rendeu a primeira lição definidora de sua carreira. “Quando você é o dono do negócio, se concentra no trabalho e não presta atenção ao fato de que precisa descentralizar o conhecimento”, afirma. “Um dos grandes desafios de empreender é conseguir ser estratégico, uma vez que a rotina suga muito. E a missão do líder é investir em formar novos líderes.”
Rodrigo conseguiu reverter a trajetória da Brava e torná-la um negócio lucrativo. E foi com esses recursos, e com a bagagem do aprendizado nas costas, que ele deu início àquele que se tornou o projeto da sua vida: o Grupo Brasil Pet.
“A Brava me trouxe os recursos para dar esse passo. Eu buscava um investimento que me permitisse gerar transformações em um setor, tendo sempre como norte essa transferência de know-how, o foco nas pessoas”, afirma.
A procura o levou ao mercado pet e, em 2014, o empreendedor trouxe ao país a norte-americana Petland com o objetivo de tornar o negócio escalável. Em vez de utilizar a marca para abrir poucas lojas no país, ele criou um modelo mais agressivo de expansão das franquias – único nos 19 países em que a rede está presente.
“Naquele ano, abrimos uma loja pequena, de bairro, e ao longo dos 12 meses seguintes já tínhamos quatro franquias”, afirma o empresário. A ousadia deu certo: hoje, a Petland brasileira possui mais lojas do que a matriz nos Estados Unidos.
O empresário atribui seu estilo ousado nos negócios à educação recebida pelos pais e a um segundo episódio marcante, aos 19 anos. Após confusão em uma festa universitária, ele levou quatro tiros. Como consequência do trauma, foi submetido a seis cirurgias e passou um ano sem andar – esforçando-se para recuperar os movimentos em inúmeras sessões de fisioterapia.
“Cresci com uma mistura das personalidades dos meus pais, ela é conservadora, ele, arrojado. Mas foi depois do acidente – diferentemente do que todo mundo esperava –, que eu finquei os dois pés na ousadia. Percebi que as oportunidades na vida são limitadas, e que é preciso correr riscos”, conta o empresário.
Essa mentalidade o levou, a partir de 2018, a desenvolver outros negócios no setor, fazendo do Grupo Brasil Pet um ecossistema completo. Hoje, a holding é responsável pelas marcas Dra. Mei (clínica veterinária), Afiliado Geração Pet, 100% Pet, Pet Choice (marca própria de produtos), Pet Pay (soluções financeiras) e LogLand (Centro de Distribuição). “Fomos ajustando o modelo, trazendo o foco cada vez mais para o serviço, enquanto os nossos concorrentes estão muito voltados a produtos”, diz o CEO.
“A nossa grande razão de existir, o que nos tira da cama de manhã, é a transformação do mercado – e ela começa com a transformação da vida do lojista. Nada é mais gratificante do que ver o faturamento de um parceiro dobrar por causa da nossa atuação”, afirma. “Em vez de brigar com os grandes, o que queremos é construir uma rede com milhares de pequenos.”
Rodrigo se mantém em contato com essa rede visitando lojistas em todo o país – já foram mais de 2.000 estabelecimentos ao longo dos anos –, além de se comunicar com as pessoas ligadas ao mercado por meio de sua conta no Instagram. No perfil (@rodrigo.albuq), ele compartilha com milhares de seguidores detalhes da empresa e de seu dia a dia, e dicas para quem quer empreender.
A troca de experiência tem sido fundamental para o crescimento sustentável da rede. Em 2020, a empresa contabilizou 217 lojas (entre Petland, Dra.Mei e Programa Afiliados), que compõem o faturamento de R$ 180 milhões. As lojas operam em 23 estados, nas principais cidades do país. “Agora, a meta é atingir 2.500 lojas nos próximos cinco ou seis anos – transformar a vida de 2.500 famílias”, projeta o empreendedor.
Para se inspirar na busca incessante pelo crescimento, Rodrigo também tira lições dos esportes que pratica. “Quando você está correndo, não está competindo com ninguém além de você mesmo – é uma luta para se superar diariamente. No mundo empresarial, as pessoas tendem a se comparar muito com o vizinho. Para mim, a comparação é comigo mesmo, pensando em como ser sempre melhor.”
Mais informações:
www.grupobrasilpet.com.br
https://www.rodrigoalbuq.com.br/
Instagram: @rodrigo.albuq