Cognições humanas e caninas são similares, indica novo estudo

Cognições humanas e caninas são similares, indica novo estudo
Cognições humanas e caninas são similares, indica novo estudo (Foto: Manuel Meza/Unsplash)

Os cães regulam seu comportamento de maneira semelhante aos humanos, revelou uma nova pesquisa da Universidade La Trobe. O estudo, publicado na Animal Cognition, identificou seis marcadores-chave da função executiva em cães, muitos dos quais se sobrepõem às estruturas associadas à cognição humana, incluindo a capacidade de seguir instruções, controlar impulsos físicos e utilizar a memória de trabalho.

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Pesquisador líder, Maike Foraita, disse que, apesar de se expressar de maneiras diferentes, os cães regulam seu comportamento de maneira semelhante às crianças pequenas. “Um cão de estimação aprende a controlar seus impulsos como uma criança, inibe a vontade de mastigar os móveis ou latir para os visitantes, pode se lembrar de rotinas e fazer o que seu dono diz”, disse.

Os seres humanos também fazem isso, exibimos inibição de atraso e inibição motora quando esperamos receber um pedaço de bolo em vez de pegar o bolo inteiro com as mãos“, comentou Foraita.

O pesquisador ainda comentou que os cães provavelmente desenvolveram essas estruturas cognitivas semelhantes às humanas ao longo de dezenas de milhares de anos vivendo em ambientes domésticos.

Vivendo com humanos nos últimos 30.000 anos, os cães dependeram da regulação comportamental adequada ao ambiente humano para sua própria sobrevivência”, disse Maike. “Um cachorro que atacasse seus donos ou roubasse comida de seus pratos não seria bem-vindo, então, com o tempo, eles desenvolveram funções cognitivas que espelham as dos humanos para reforçar sua comida e cuidados”, explicou.

A co-autora, Dra. Tiffani Howell, da Universidade La Trobe, revelou que o estudo destaca uma das razões pelas quais os cães têm uma relação tão especial com os humanos. “Existem outros animais que têm níveis de cognição semelhantes aos cães, mas eles não regulam seu comportamento de maneira que melhor se adapte à convivência com os humanos“, comentou a Dra. Howell.

Como parte do estudo, foram realizados grupos focais com pessoas que trabalham profissionalmente com cães, incluindo funcionários da Seeing Eye Dogs—Vision Australia, para identificar comportamentos que possam ser relevantes para a função executiva. A equipe de pesquisa então entrevistou 741 donos de cães, pedindo que classificassem seus cães sobre esses comportamentos. O resultado foi a ‘Dog Executive Function Scale (DEFS)’, que encontrou seis componentes do funcionamento executivo em cães: flexibilidade comportamental, atenção ao dono, inibição motora, seguimento de instruções, inibição de atraso e memória de trabalho.

Foraita conta que os cães de trabalho, incluindo aqueles em fazendas e cães de assistência, têm a função executiva mais desenvolvida.

O Seeing Eye Dogs, por exemplo, deve ser excelente em regular seu comportamento, sua capacidade de seguir instruções e inibir os impulsos de perseguir gatos ou brincar com outros cães enquanto trabalham mostra uma função executiva altamente desenvolvida”, disse Foraita.

O estudo também descobriu que os cães de criadores tinham níveis mais altos de função executiva do que os de abrigos, e que o treinamento é o fator chave no desenvolvimento da função executiva. O que significa que, com as intervenções corretas, a maioria dos cães será capaz de exibir esses importantes marcadores de regulação do comportamento.

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