Cobras podem picar e matar mesmo depois de decapitadas; entenda

Cobras podem picar e matar mesmo depois de decapitadas; entenda
Cobras podem picar e matar mesmo depois de decapitadas; entenda (Foto: David Clode/Unsplash)

Sabia que as cobras podem picar e matar mesmo depois de decapitadas? Continue lendo para entender mais sobre como isso pode acontecer e por quanto tempo as cobras podem permanecer perigosas mesmo depois da morte.

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De acordo com especialistas, quando uma cobra morde, os músculos de compressão comprimem uma glândula de veneno em sua bochecha, que está conectada às suas presas através de um duto. O veneno percorre a presa em forma de seringa para atingir seu alvo.

Dado que os “envenenamentos” exigem a contração de um músculo, como as cobras decapitadas conseguem fazer isso? Tudo se resume ao fato de que as cobras são criaturas energeticamente eficientes, segundo Christina Zdenek, especialista em cobras da University of Queensland.

“Uma cobra em repouso pode respirar apenas cinco vezes por minuto, então já tem baixas necessidades de oxigênio. Não me surpreende que elas ainda possam ter esses reflexos post-mortem por um período bastante longo”, explicou a Dra. Zdenek à ABC Science.

Isso significa que, mesmo quando o coração para de bater, os tecidos podem reter oxigênio suficiente para permitir que os nervos disparem, desencadeando um reflexo de mordida se você colocar um dedo dentro ou sobre a boca da cobra.

Mesmo após a morte, por quanto tempo as cobras permanecem perigosas?

Em meados dos anos 1900, o herpetologista norte-americano Laurence Klauberma realizou uma série de experimentos bastante horríveis envolvendo cobras. Ele cortou a cabeça de cobras vivas e, entre outras coisas, calculou quanto tempo após a morte a cobra conseguia morder um pedaço de pau colocado em sua boca.

Segundo Zdenek, uma das cobras mordeu o pedaço de pau e descarregou veneno 43 minutos após sua morte. Essa mordida “foi certamente poderosa o suficiente para ter cravado [sic] as presas na mão e poderia muito bem ter causado um grave acidente”, escreveu Klauber em seu livro de 1956, Rattlesnakes: Their Habits, Life Histories, and Influence on Mankind.

No entanto, como algumas toxinas de cobra são moléculas incrivelmente estáveis ​​e não se deterioram facilmente, elas podem causar problemas por até meses depois de sua morte. Na década de 1980, um homem de 22 anos foi ao pronto-socorro depois que a presa de uma cascavel morta perfurou seu dedo.

A cobra, que estava morta há sete semanas, foi congelada, depois preservada em sal e depois mergulhada em glicerina. O homem estava montando a cabeça da cobra quando uma de suas presas se deslocou e ficou presa em seu dedo por apenas alguns minutos. Nesse período, um pouco de veneno residual entrou em seu corpo.

Ele foi tratado e sobreviveu, mas sentiu-se tonto e fraco, sua mão e antebraço incharam e sua mão e rosto ficaram dormentes e formigando. Por conta disso, evite ao máximo matar e manusear cobras mortas o máximo que puder, recomendou Zdenek. Mas, se não for possível, pelo menos tente-se manter longe de suas presas.

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