Cientistas usam inteligência artificial para saber quando os gatos sentem dor

Cientistas usam inteligência artificial para saber quando os gatos sentem dor
Cientistas usam inteligência artificial para saber quando os gatos sentem dor (Foto: Alexander Andrews/Unsplash)

Grandes felinos como leões, jaguares, leopardos e pumas escondem sua dor para que sejam menos propensos a serem atacados quando estão fracos. Gatos de estimação, que carregam os mesmos genes, agem da mesma maneira, tornando muito difícil determinar se eles estão sofrendo.

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Para resolver essa questão, pesquisadores do laboratório Tech4Animals da Universidade de Haifa, em Israel, da Universidade de São Paulo, no Brasil, e das Universidades Lincoln e Nottingham, do Reino Unido, desenvolveram uma inteligência artificial inovadora capaz de identificar a dor em gatos.

Utilizando modelos de aprendizado profundo e análise de reconhecimento facial, os cientistas alcançaram uma taxa de sucesso impressionante de mais de 70% na identificação de quais gatos estão com dor.

Os métodos foram testados em 29 gatos britânicos de pelo curto, e as áreas ao redor da boca e dos olhos foram as mais significativas na identificação da dor. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

Para chegar aos resultados, a equipe fotografou os rostos das gatas antes e depois da esterilização, enquanto ainda estavam sob a influência de analgésicos e depois que os analgésicos passaram. Os modelos detectaram as mudanças sutis nas expressões faciais, como as pontas das orelhas, olhos e bigode que indicam dor.

“As expressões faciais são identificadas como um dos indicadores mais comuns e específicos de dor em animais humanos e não humanos”, escreveram os pesquisadores. Este incrível avanço envolvendo gatos, continuaram os autores, tem o potencial de revolucionar a maneira como cuidamos de nossos amigos felinos, tornando mais fácil para quem tem um gato fotografá-los, sem a necessidade de contato físico, e verificar com segurança se o gato está com dor.

No entanto, existem alguns desafios importantes no uso do reconhecimento automatizado da dor em animais, que também podem ser generalizados para o reconhecimento de emoções em geral, segundo eles.

Em primeiro lugar, muito menos dados estão disponíveis, em comparação com as vastas quantidades de dados no domínio humano. “Além disso, particularmente no caso de espécies domesticadas selecionadas por suas características estéticas, pode haver uma variação comparativamente muito maior em sua morfologia facial, tornando problemáticas as avaliações em nível populacional, devido ao potencial de características faciais semelhantes à dor estarem mais presentes/ausentes em certas raças na linha de base. Finalmente – e talvez o mais crucial – não há base verbal para estabelecer a verdade, enquanto em humanos, o autorrelato é comumente usado.”

O laboratório Tech4Animals está trabalhando em um projeto digital, um aplicativo chamado “Dr. Dolittl-E”, para detectar sentimentos de animais. As descobertas da equipe demonstram como a tecnologia de IA está avançando e transformando o mundo dos cuidados veterinários e como isso pode nos ajudar a entender melhor nossos companheiros felinos.

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