Um novo estudo realizado por pesquisadores na França revelou a maneira mais eficaz de chamar a atenção de um gato desconhecido. De acordo com a equipe, os felinos respondem mais rapidamente a um estranho quando ele usa sinais vocais e visuais para chamar sua atenção.
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O estudo foi conduzido por pesquisadores do Laboratório de Etologia Comparada e Cognição da Universidade de Paris Nanterre, liderados por Charlotte de Mouzon. Publicada na última quarta-feira (3) na revista Animals, a pesquisa ofereceu uma noção de como os gatos respondem aos nossos diferentes modos de comunicação, tanto sozinhos quanto quando entrelaçados uns com os outros.
“Quando nos comunicamos com eles, o que é mais importante para eles? São as pistas visuais ou as pistas vocais? Essa foi a questão inicial de nossa pesquisa”, disse de Mouzon ao Gizmodo. Para o estudo, eles recrutaram 12 gatos que vivem em um café para gatos.
A pesquisadora primeiro acostumou os gatos com sua presença e, então, ela os colocou em diferentes cenários. Os gatos entravam em uma sala e, em seguida, de Mouzon interagia com eles de uma das quatro maneiras:
- Ela os chamava, mas não fazia nenhum gesto em direção a eles, como estender a mão;
- Ela gesticulou em direção a eles, mas não vocalizou;
- Ela tanto vocalizou quanto gesticulou em direção a eles;
- Ela não fez nenhum dos dois (condição de controle).
Os gatos se aproximaram de Mouzon mais rapidamente quando ela usou pistas vocais e visuais para chamar a atenção dele, em comparação com a condição de controle, uma descoberta que não foi muito inesperada, segundo os pesquisadores.
No entanto, a equipe ficou surpresa com o fato de que os gatos responderam mais rápido apenas às pistas visuais do que às pistas vocais. De Mouzon explicou que os proprietários rotineiramente adoram adotar uma “vozinha” com seus animais de estimação, então eles imaginaram que os gatos do café responderiam melhor às vocalizações.
Eles agora teorizam que essa preferência pode ser diferente para gatos interagindo com humanos estranhos do que seria para seus donos. “Isso mostra que não é a mesma coisa. Não é a mesma coisa para um gato se comunicar com seu dono e se comunicar com um ser humano desconhecido.”
“É bom ter os resultados que você espera. Mas às vezes também é bom ter resultados inesperados, porque nos faz pensar e formular novas hipóteses que tentam chegar ao que realmente está acontecendo”, acrescentou de Mouzon.
Outra descoberta intrigante foi que os gatos tendiam a abanar o rabo com mais frequência no cenário de sinalização vocal e mais no cenário de controle, quando eram totalmente ignorados. Os cães podem abanar o rabo de felicidade, mas geralmente é o oposto para os gatos: abanar o rabo pode ser um indicador de estresse ou desconforto.
O abanar do rabo é mais uma evidência de que os gatos se sentem mais confortáveis com sinais visuais ou combinados de estranhos humanos, segundo de Mouzon. E eles podem ficar especialmente estressados quando ignorados por causa da incongruência da situação.
Ela observou que os gatos foram colocados em uma sala onde interagiram com um humano que antes brincava com eles, mas agora os estava excluindo completamente. Assim como os humanos, os gatos também podem sentir desconforto quando não conseguem ler facilmente as intenções de outra pessoa em uma sala.