Cães identificam quando humanos mentem, diferentemente das crianças

Cães identificam quando humanos mentem, diferentemente das crianças
Cães identificam quando humanos mentem, diferentemente das crianças (Foto: Crystal Huff/Unsplash)

Ao contrário de crianças pequenas, a frase “na volta a gente compra” não funciona com os cães. De acordo com um novo estudo, os cachorros sabem quando os humanos estão mentindo.

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“Pensamos que os cães se comportariam como crianças menores de 5 anos e macacos, mas agora achamos que talvez os cães possam entender quando alguém está tentando enganá-lo”, disse Ludwig Huber, da Universidade de Viena, na Áustria.

Então, se você pensa que está conseguindo enganar seu cachorro, pense duas vezes. “Talvez eles pensem: ‘Esta pessoa tem o mesmo conhecimento que eu e, no entanto, está me dando [informações] erradas’. É possível que eles possam ver isso como intencionalmente enganoso, o que é mentir”, explicou o especialista

Para o estudo, publicado na The Royal Society, Huber e seus colegas treinaram 260 cães de várias raças para encontrar comida escondida em uma das duas tigelas cobertas. Os cães aprenderam a seguir a sugestão de uma pessoa que nunca conheceram (chamado de o “comunicador”), que tocava a tigela cheia de comida, olhava para o cachorro e dizia: “Olha, isso é muito bom”. Os cães pareciam confiar nessa nova pessoa quando estavam seguindo o sinal de maneira confiável, disse Huber.

Depois que essa confiança foi estabelecida, a equipe fez com que os cães testemunhassem outra pessoa mover a comida da primeira para a segunda tigela. Os comunicadores ou estavam na sala e também testemunharam a troca, ou estiveram ausentes por um breve período e aparentemente não perceberam que a comida havia sido trocada. Em qualquer caso, os comunicadores recomendariam mais tarde a primeira tigela, que agora estava vazia.

Nas versões anteriores desse experimento feito com crianças menores de 5 anos, macacos ou chimpanzés, os participantes reagiram de maneiras específicas. Se um comunicador estivesse ausente durante a troca de comida, pareceria que eles não sabiam onde estava o petisco. Como tal, as crianças, chimpanzés ou macacos normalmente ignorariam um comunicador que desse conselhos honestos, mas enganosos, sobre onde estava a comida, justificou Huber

No entanto, se o comunicador estivesse na sala e testemunhasse a mudança, mas ainda recomendasse a primeira tigela (agora vazia), crianças pequenas e primatas eram, na verdade, muito mais propensos a seguir a sugestão conscientemente enganosa do comunicador de se aproximar do recipiente vazio.

Segundo o especialista, isso pode ser porque as crianças e primatas não humanos confiaram no comunicador sobre a evidência de seus próprios olhos. Os cães no novo experimento, no entanto, não confiavam tanto em comunicadores mentirosos, para grande surpresa dos pesquisadores, contou Huber.

Metade dos cães seguiria o conselho enganoso do comunicador se o comunicador não tivesse testemunhado a troca de comida. Mas, cerca de dois terços dos cães ignoraram um comunicador que testemunhou a troca de comida e ainda recomendou a tigela agora vazia. Em vez disso, esses cães simplesmente foram para a tigela cheia de comida.

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