De acordo com um estudo da Arizona State University, o relacionamento que um cão constrói com seus donos e quanto dinheiro seu dono ganha pode fazê-los viver mais.
A pesquisa, elaborada pela estudante de pós-graduação Layla Brassington e pela estudante de Ph.D. Brianah McCoy, incluiu mais de 21 mil proprietários e seus cães e faz parte do Dog Aging Project, um ambicioso esforço de pesquisa para rastrear o processo de envelhecimento de dezenas de milhares de cães de companhia nos EUA.
O professor associado do Centro de Evolução e Medicina Noah Snyder-Mackler liderou o estudo em colaboração com Brassington e McCoy nos últimos quatro anos.
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Entre os fatores que os pesquisadores analisaram durante o estudo, a estabilidade da vizinhança e a renda familiar total parecem ter um papel importante na expectativa de vida dos cães.
Importância do tempo de qualidade
Os pesquisadores descobriram que não apenas a idade e o peso de um cão afetam sua saúde, mas também o ambiente em que o cão vive.
“As adversidades financeiras e domésticas foram associadas a problemas de saúde e mobilidade física reduzida, enquanto mais companheirismo social com humanos e outros cães foi associado a uma saúde melhor”, afirmaram os pesquisadores.
Ter um forte relacionamento social com os humanos para os cães foi considerado importante e, especialmente, um relacionamento que se concentra na qualidade em vez da quantidade.
Os pesquisadores descobriram uma correlação negativa entre o número de crianças em uma casa com a saúde geral de um cão.
“Descobrimos que o tempo com crianças realmente teve um efeito prejudicial na saúde do cão. Mais filhos ou tempo que os donos dedicam a seus filhos provavelmente levam a menos tempo com seus filhos peludos”, afirmou Brassington.
Melhor acesso a cuidados também é importante
Além disso, da mesma forma que os humanos, o dinheiro desempenha um papel importante. Os pesquisadores descobriram que os cães que vivem em casas mais ricas têm melhor acesso a cuidados médicos, visitas mais frequentes ao veterinário e testes adicionais.
Esses fatores se combinam para permitir que os cães tenham um diagnóstico melhor e mais preciso. “A mensagem para levar para casa é: ter uma boa rede, ter uma boa conexão social é bom para os cães que vivem conosco”, explicou McCoy.
Dog Aging Project
Matt Kaeberlein, co-diretor do projeto, é um dos poucos cientistas envolvidos nessa missão para melhorar, atrasar e possivelmente reverter esse processo de envelhecimento nos cães de estimação. Mas, segundo ele, os cães são apenas o começo.
Os cães fornecem um modelo muito bom para estudar o envelhecimento humano. Eles são únicos em compartilhar nosso ambiente. Eles vivem em nossas casas, respiram o mesmo ar que nós e muitas vezes compartilham nossas rotinas de exercícios, até certo ponto.
No entanto, existem algumas diferenças. Os cérebros dos cães não são iguais aos humanos, embora os animais pareçam desenvolver uma forma de demência com a idade. E os cães não tendem a desenvolver doenças vasculares como os humanos.
Mas também há muitas semelhanças. Tanto os cães quanto as pessoas experimentam o envelhecimento do sistema imunológico e um risco aumentado de doença renal à medida que envelhecem, segundo Kaeberlein. “Parece que no nível de doenças individuais relacionadas à idade, é muito, muito semelhante”, disse ele.
A ideia é encontrar pistas biológicas que possam ajudar a identificar quais cães podem estar em risco de desenvolver tais doenças no futuro e eventualmente ajudar na descoberta de medicamentos que possam preveni-las ou tratá-las.
Os pesquisadores esperam que, ao descobrir genes ligados a uma vida longa e saudável em cães, também possamos aprender o que pode ajudar os humanos a viver mais. “Vai percorrer um longo caminho para convencer as pessoas de que isso é possível [em humanos]. O envelhecimento é modificável”, afirmou Kaeberlein ao site Technology Review.
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