Escovar os dentes dos animais de estimação e levá-los ao médico-veterinário para checar a saúde bucal periodicamente são medidas importantes para prevenir diversos problemas de saúde. Isso porque inflamações que se iniciam na boca dos cães e gatos podem desencadear complicações em diferentes órgãos.
+ Tudo o que você precisa saber sobre o gato persa
+ Conheça o estranho caso do coelho que ressuscitou
+ 6 erros que você deve evitar na hora de passear com o seu cão
Os processos inflamatórios acontecem quando não há higienização bucal regular, e as bactérias invasoras se acumulam e aproveitam para se instalar. Com a inflamação, os microorganismos acabam conseguindo cair na corrente sanguínea do animal, o que representa um risco no quadro geral de saúde.
“Em decorrência do processo inflamatório, podem haver problemas renais, hepáticos, cardíacos e até relacionados às articulações”, comenta o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Leonel Rocha, médico-veterinário especializado em odontologia.
Presidente da Comissão de Entidades Veterinárias Regionais do Estado de São Paulo do CRMV-SP, a médica-veterinária Maria Cristina Santos Reiter Timponi argumenta sobre agravos a outros problemas, como os dermatológicos. “Como o animal se lambe, pode colocar as bactérias da boca em contato com a pele e piorar o quadro.”
Prevenção
Para evitar que as doenças bucais apareçam, lembrando que alguns problemas podem ser extremamente dolorosos para o pet, os médicos-veterinários orientam que os tutores façam a escovação dos dentes dos pets. A escova pode ser uma específica para animais ou uma de uso humano de modelo infantil, pois costumam ser mais macias e possuem a estrutura menor.
“Esse cuidado deve ser diário”, frisa o médico-veterinário Leonel Rocha. Caso o tutor tenha dificuldades no manejo com seu animal de estimação, ele sugere uso de petiscos desenvolvidos com o propósito de ajudar na limpeza dos dentes. “Essa opção, porém, só funcionará se o animal mastigar bem antes de engolir”, explica Leonel, enfatizando ainda que nenhuma alternativa é mais eficiente que a escovação.
Quanto às avaliações odontológicas, elas precisam fazer parte da agenda anual dos peludos, a fim de que qualquer alteração seja identificada logo no início. Os casos de doenças já instaladas necessitam de procedimento de limpeza com anestesia geral, que deve ser feito preferencialmente por profissionais especializados em odontologia veterinária.
Cuidado redobrado com os pequenos
Segundo o médico-veterinário Leonel Rocha, com as mudanças na anatomia dos animais, os cães de raças menores têm dentes grandes em relação ao seu porte corporal, o que os deixam mais vulneráveis a doenças bucais.
A médica-veterinária Maria Cristina Santos Reiter Timponi menciona constatar essa maior incidência em sua rotina de atendimentos. “As raças de pequeno porte começam a apresentar graves problemas bucais com três ou quatro anos, enquanto que as maiores, a partir dos seis anos”, conta ela, que lembra que no caso dos gatos, as doenças bucais são mais frequentes a partir dos dez anos, mas como uma consequência de não passarem por avaliações odontológicas periódicas ao longo da vida.
Com informações do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo