A Copa do Mundo e as festas de fim de ano estão chegando. É tempo de juntar a família e os amigos para se divertir e festejar. Mas com elas chega o drama de tutores e seus animais de estimação: os rojões e os fogos de artifício.
Veja também:
+ Áudios gratuitos ajudam a reduzir o estresse dos pets durante queima de fogos
+ Vídeo fofo: gatos oferecem recepção ‘canina’ para dono que chega do trabalho
+ 6 razões pelas quais o seu gato foge tanto para a rua
Você tem um pet que fica se tremendo quando começa uma queima de fogos ou conhece alguém que sofre com esse problema, certo? Infelizmente casos assim acontecem por todo o mundo e deixam os tutores, em muitas das vezes, sem saber o que fazer.
“Isso acontece pois os animais possuem a audição muito mais aguçada que os seres humanos”, disse a médica-veterinária e coordenadora de serviços técnicos da Zoetis, Alessandra Bentes.
Enquanto nós somos capazes de captar vibrações entre 20 e 20.000 hertz, os cachorros podem chegar até 40.000 hertz e os gatos a incríveis 65.000 hertz. Traduzindo, os animais ouvem frequências tão agudas que passam despercebidos pelas pessoas.
Agora, imagina ter toda essa capacidade auditiva e se deparar com uma queima de fogos, digna da festa da virada de ano, ou de um possível hexacampeonato da seleção brasileira na Copa do Mundo.
Diante dessas situações os animais se escondem em lugares inusitados e muitas vezes perigosos, tentam fugir, pulam janelas. “Essas reações são muito comuns e podem causar acidentes, por isso, é importante que o tutor realize atividades e interaja com o animal, com o objetivo de distraí-lo. É muito importante que animais com fobia de fogos não fiquem sozinhos em casa”, destacou a médica-veterinária.
Para ajudar os tutores a amenizar o sofrimento de seus pets, a Boehringer Ingelheim convidou o adestrador de cães Átila Rodrigues, que tem mais de 20 anos de experiência na área e é o criador do método Vínculo Inabalável, para esclarecer o que pode ser feito nesses momentos.
“Naturalmente, os cachorros têm uma audição muito melhor do que a nossa. Qualquer som que é alto para nós, para eles é muito mais. Portanto, é totalmente compreensível que um cão desenvolva fobia ao som de fogos”, explicou.
Átila ressaltou que, quando se trata de filhotes, temos um livro em branco – ou seja, é um cão que ainda não definiu se os fogos de artifício são algo ruim ou bom.
Para dessensibilizar o cãozinho, o tutor pode fazer a sociabilização ao som de fogos, ou seja, ajudar para que ele não encare os fogos de artifício como algo negativo. “Na prática, o tutor pode colocar sons de fogos de artifício no YouTube, conectar a uma caixinha de som em volume baixo, e espalhar a ração ou petiscos do cachorro no chão. Quando você espalha, ele come mais devagar, e assim passa mais tempo ouvindo o som dos fogos e emparelhando esse som a algo positivo (comida). Faça isso diariamente, seja seu cão filhote ou já adulto. Com a habituação e o contracondicionamento (dar petisco ou ração) seu cão irá associar esse som a algo bom e, portanto, não terá medo”, disse o adestrador.
O adestrador recomendou não deixar o seu bichinho em ambiente externo, como varanda, quintal ou frente de casa. Prefira colocar ele em seu quarto, onde você consegue fechar as portas e evitar a fuga. Outra indicação é colocar uma música para tocar ou ligar a TV no ambiente em que ele for ficar, para abafar os ruídos externos. “Se possível, climatize o ambiente para gerar mais conforto, utilizando ar-condicionado ou ventilador”, completou o treinador. Outra medida importante, principalmente para pets fujões, é a identificação na coleira com telefone para contato.
Confira mais algumas dicas para ajudar o seu pet:
– Antes de iniciar uma queima de fogos, brinque com o animal, pegue o brinquedo favorito e interaja com ele;
– A alimentação também é um aliado, oferte aqueles petiscos deliciosos, que irão ajudar a distraí-lo antes dos fogos iniciarem;
– Por mais que seja tentador, não pegue o animal no colo, os animais são sensitivos e acabam ficando com mais medo do barulho, além de poder associar isso a um reforço positivo;
– Delimitar o espaço para evitar rotas de fuga.
Além destas práticas existem medicamentos que tranquilizam o animal. Entretanto, a administração desse tipo de produto deve ser feita exclusivamente pelo veterinário de sua confiança. Com medidas simples e empatia com os animais, a temporada de fogos de artifício pode ser muito mais tranquila.