1.400 cães enterrados na época do império persa intrigam arqueólogos

1.400 cães enterrados na época do império persa intrigam arqueólogos
1.400 cães enterrados na época do império persa intrigam arqueólogos (Foto: Reprodução)

Os arqueólogos estão intrigados com a descoberta de 1.400 túmulos de cães antigos espalhados pela cidade portuária israelense de Ashkelon.

Veja também:

+ Entenda por que os cães latem para outros cães
+ Posso dar banho no meu pet em dias muito frios?
+ Entenda por que seu gato ‘presenteia’ você com animais mortos

Nos séculos V e IV aC, Ashkelon fazia parte do Império Persa. A movimentada cidade portuária era um centro de comércio internacional maciço. Foi ocupada pelos fenícios, associados ao reino vassalo de Tiro, onde hoje é o Líbano.

“Durante esse tempo, quando é uma cidade fenícia que faz parte do Império Persa, há uma coisa estranha que acontece em Ashkelon”, explicou o arqueólogo Prof. Daniel Master, do Wheaton College, em Illinois. “Temos cães que estão enterrados em cada espaço aberto, cada pátio, cada rua, cada campo. Acabamos de encontrar muitos deles.”

No início, eles pensaram que era uma curiosidade, mas depois que encontraram 10 ou 20, pensaram que poderia ser uma coincidência. “Quando encontramos centenas, percebemos que era um fenômeno. Foi uma parte fundamental da vida em Ashkelon”, acrescenta.

No entanto, apesar de ter escavado o sítio arqueológico de Ashkelon desde seus dias de estudante no início de 1990, e até mesmo liderado as escavações por vários anos, ele não tem certeza do porquê disso.

“Assim que tivermos cães suficientes para poder vê-los como um todo, poderemos começar a construir um padrão de quando eles morreram e começar a ver o perfil de mortalidade dos cães”, explicou.

Segundo ele, eles eram cães de rua. “Não parece que eram animais de estimação, porque você não teria tantos cachorros morrendo”, observou ele.

“A segunda coisa que notamos, não havia evidências de que eles foram cuidados particularmente em vida”, justificou Daniel. “Não há evidências de que eles foram alimentados em vida de uma maneira especial. Nunca descobrimos que foram enterrados com algum acessório, o que mostra que quem faz o enterro se preocupava com o animal. Cada vez que um cachorro morria, eles cavavam o fosso, colocavam o cachorro no buraco e o cobriam.”

(Foto: Reprodução)

Então, por que eles foram enterrados? “Ainda não sabemos se havia um significado religioso para isso, se era simplesmente uma questão de higiene. Minha hipótese favorita é que se tratava apenas de vida urbana e higiene”, disse.

Além disso, não há nenhuma evidência de que eles estavam doentes. “Se fosse uma doença, poderíamos esperar que um bando de cães morresse de uma vez. Não era uma situação em que você tinha uma vala comum. Parece que o mais importante é que eles foram enterrados assim que morreram. Ainda não temos certeza do porquê”, contou Daniel.

Os cães enterrados foram encontrados com as cabeças e rabos dobrados, como se estivessem dormindo.

As sepulturas de cães de Ashkelon são a maior amostra desse tipo no Levante (Mediterrâneo), então os arqueólogos não têm nem mesmo nada com que compará-las. A segunda maior instância desse fenômeno tem apenas 30 sepulturas. Portanto, não é de se admirar que a descoberta tenha colocado uma pulga atrás das orelhas de todos.

Back to top